Por mais que corramos, não conseguimos fugir do tema Eleições. Esta é minha primeira postagem no blog e, sinceramente, gostaria que ela fosse mais otimista, mas as circunstâncias não permitem. Debates sucessivos me trazem a idéia do quanto o povo foi relegado a segundo plano e o que está em jogo é, cada vez mais, o poder. O poder pelo poder simplesmente.
Em um mundo no qual cada vez mais “ignorância é força”, o que vemos pelas teletelas não passa de uma encenação entre candidatos iguais lutando por si e por seus partidos. Ao invés do esclarecimento de propostas, o que vemos é a reivindicação da autoria de alguns projetos – não importa sua abrangência, qualidade ou fundamento. Todos se dizem construtores de Tebas, mas de fato ninguém carregou as pedras. Os operários, aqueles que carregam as pedras, seguem no anonimato, alguns pensando que ao apertar três botões terão sua vida resolvida.
Ao longo da vida democrática representativa, passamos a acreditar que nosso dever/direito cívico se esgota no momento em que votamos e que este deve ser exercido apenas bienalmente. Sendo assim, alienamo-nos do direito à decisão para garantir este direito a outrem. Mais prático talvez, mas de forma alguma mais eficaz – pelo menos não o é para quem se alienou de seus direitos.
Talvez hiperresponsabilizemos as eleições, mas tampouco podemos menosprezá-las. Elas estão postas e, por enquanto, é o que temos de concreto. Não quero ser conformista e dizer que elas bastam. Não, não bastam. E tenho plena noção do quão dificultoso será tentar separar o joio do joio no domingo 31. Temos que votar de modo consciente, claro, mas sabendo que nosso real dever/direito cívico não se esgota na urna. Devemos buscar soluções alternativas e enfim, coletivamente, construirmos a Tebas que queremos.
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